Este é um tema de fundo que atravessa toda a obra de Augusto Cury. Humanista convicto, A. Cury defende que o ser humano, beneficiando da capacidade de pensar e de ser auto-consciente, encontrará o verdadeiro poder da mente no uso inteligente das suas faculdades de interiorização, auto-crítica e consciência social.
Na fértil literatura de auto-ajuda, o poder da mente está frequentemente associado a uma melhor memória, a uma maior capacidade de concentração e persuasão sobre os outros. Muitos livros, dos mais diversos autores, prometem a conquista do poder da mente para obtenção mais fácil de sucesso, de enriquecimento financeiro e de domínio sobre os outros.
Para Augusto Cury, o verdadeiro poder da mente não é esse. É, antes, aquele que ajudará na dignificação da pessoa humana através de um melhor uso das potencialidades da mente.
Quando fala em democracia das ideias, o nosso autor é muito explícito: ela regula o processo de interpretação da realidade humana e social que nos envolve e implica o respeito pela inteligência dos outros, a necessidade vital de expormos e não impormos as nossas ideias, o respeito pela diversidade das ideias, a necessidade de aprendermos a ouvir sem preconceitos, a necessidade de analisarmos os outros de forma multifocal (ou seja, no seu todo) e de sabermos colocar-nos em seu lugar para os entendermos.
Assim, a democracia das ideias deve ajudar-nos a questionar os dogmas, a reciclar a rigidez dos pensamentos, a redireccionar estereótipos, a reorganizar a capacidade de pensar, a expandir a consciência crítica e o mundo das ideias e do conhecimento. Dessa forma, a democracia das ideias prepara os alicerces humanistas da maturidade das relações humanas.
Este é um campo em que a sociedade humana está ainda muito atrasada. Nesse capítulo, não é exagerado afirmar que vivemos muito influenciados por aquela parte mais primitiva do nosso cérebro, aquela (também chamada de "cérebro reptiliano") que nos torna vítimas de egoísmos maléficos, medos irracionais, instintos de conquista e batalha, e que nos oferece uma mente emocional e social muito menos evoluída do que a mente lógica, racional e inventiva que deu origem ao progresso tecnológico e científico.