O ser humano possui o sistema mais sofisticado de memória de todo reino animal. Enquanto, por exemplo, as aves e muitos outros animais possuem apenas uma memória rudimentar que faz com que as suas vidas sejam inteiramente vividas no presente e repetindo procedimentos automáticos geridos pelo instinto, o ser humano usufrui de uma memória (autobiográfica) sobre o seu passado (que ajuda a perpetuar a identidade e a consciência do Eu) e uma memória semântica que "armazena" os conhecimentos e amplia as suas capacidades cognitivas de resolução de problemas, de criatividade e de tomada de decisão.
A nossa capacidade de pensar e reflectir depende desse complexo sistema de recolha e registo da informação que se chama memória (nas suas diferentes categorias).
Há memórias "guardadas" nas profundezas do inconsciente e outras "depositadas" no subconsciente, ao alcance de uma simples pergunta (ex: "qual é a capital da França?").
Augusto Cury defende a existência de um registo automático da memória (RAM) que o nosso cérebro realiza a todo o instante e que vai ajudar a construir a nossa história intrapsíquica. É um registo involuntário, sejam fragmentos da nossa experiência de vida, sejam perdas, frustações, reacções fóbicas ou conquistas prazerosas. Esse registo inevitável e contínuo contribui para a evolução inconsciente da história da nossa mente e do nosso Eu.
E o que é que o RAM "armazena"? De tudo. Além dos episódios da vida e dos saberes também os paradigmas culturais, comportamentos, ideias, emoções vividas, conhecimentos...Tudo se operacionaliza "espontaneamente e silenciosamente nos bastidores da mente" (Cury, 1998).
Esses registos de memórias não ficam, porém, armazenados, no sentido literal da palavra ao contrário do que acontece com os computadores. A grande maioria das informações registas são "apagadas" mas muitas ficam e se modificam com o passar do tempo.
Neste processo dinâmico surge o que Augusto Cury chama de
"âncora da memória", um fenómeno psíquico
que se pode traduzir como
a fixação do pensamento
em determinados campos da memória.
"Em cada ambiente em que nos encontramos - esclarece Cury (1998) - tais como em casa, no escritório, num hospital, num quarto escuro e fechado, no meio de um grupo de amigos ou de pessoas estranhas, a âncora da memória dirige o território da leitura da memória para um grupo de informações básicas, que ficam mais disponíveis para serem usadas". É isso que faz com que em cada momento, dependendo de cada ambiente e circunstâncias, surgem-nos determinados pensamentos, ideias e reacções emocionais.
A âncora da memória desloca-se, por conseguinte. É um processo dinâmico que é provocado por estímulos mentais, estímulos extrapsíquicos (ambiente) e estímulos intraorgânicos (dores físicas, drogas, medicamentos, etc.).
Isto quer dizer que não somos tão livres como imaginamos na produção de ideias. Estas têm sempre a marca de algo que está na memória. Esta tem um papel determinante na construção da mente, das emoções, etc.
Mas também pode tornar-nos prisioneiros. Por exemplo, "todos os estímulos que geram tensões emocionais e prazeres intensos deslocam a âncora da memória e, consequentemente, contraem a liberdade da produção de pensamentos" (Cury, 1998). Em certas perturbações essa pressão da âncora da memória é muito forte e gera experiências horríveis (ex: os ataques de pânico).
Felizmente nós podemos aprender a gerenciar (a gerir) a âncora da memória, a reciclá-la criticamente e a deslocá-la para nos permitir atingir melhor qualidade de vida. Nos seus vários livros, Augusto Cury fala-nos disso mesmo.
A nossa capacidade de pensar e reflectir depende desse complexo sistema de recolha e registo da informação que se chama memória (nas suas diferentes categorias).
Há memórias "guardadas" nas profundezas do inconsciente e outras "depositadas" no subconsciente, ao alcance de uma simples pergunta (ex: "qual é a capital da França?").
Augusto Cury defende a existência de um registo automático da memória (RAM) que o nosso cérebro realiza a todo o instante e que vai ajudar a construir a nossa história intrapsíquica. É um registo involuntário, sejam fragmentos da nossa experiência de vida, sejam perdas, frustações, reacções fóbicas ou conquistas prazerosas. Esse registo inevitável e contínuo contribui para a evolução inconsciente da história da nossa mente e do nosso Eu.
E o que é que o RAM "armazena"? De tudo. Além dos episódios da vida e dos saberes também os paradigmas culturais, comportamentos, ideias, emoções vividas, conhecimentos...Tudo se operacionaliza "espontaneamente e silenciosamente nos bastidores da mente" (Cury, 1998).
Esses registos de memórias não ficam, porém, armazenados, no sentido literal da palavra ao contrário do que acontece com os computadores. A grande maioria das informações registas são "apagadas" mas muitas ficam e se modificam com o passar do tempo.
Neste processo dinâmico surge o que Augusto Cury chama de
"âncora da memória", um fenómeno psíquico
que se pode traduzir como
a fixação do pensamento
em determinados campos da memória.
"Em cada ambiente em que nos encontramos - esclarece Cury (1998) - tais como em casa, no escritório, num hospital, num quarto escuro e fechado, no meio de um grupo de amigos ou de pessoas estranhas, a âncora da memória dirige o território da leitura da memória para um grupo de informações básicas, que ficam mais disponíveis para serem usadas". É isso que faz com que em cada momento, dependendo de cada ambiente e circunstâncias, surgem-nos determinados pensamentos, ideias e reacções emocionais.
A âncora da memória desloca-se, por conseguinte. É um processo dinâmico que é provocado por estímulos mentais, estímulos extrapsíquicos (ambiente) e estímulos intraorgânicos (dores físicas, drogas, medicamentos, etc.).
Isto quer dizer que não somos tão livres como imaginamos na produção de ideias. Estas têm sempre a marca de algo que está na memória. Esta tem um papel determinante na construção da mente, das emoções, etc.
Mas também pode tornar-nos prisioneiros. Por exemplo, "todos os estímulos que geram tensões emocionais e prazeres intensos deslocam a âncora da memória e, consequentemente, contraem a liberdade da produção de pensamentos" (Cury, 1998). Em certas perturbações essa pressão da âncora da memória é muito forte e gera experiências horríveis (ex: os ataques de pânico).
Felizmente nós podemos aprender a gerenciar (a gerir) a âncora da memória, a reciclá-la criticamente e a deslocá-la para nos permitir atingir melhor qualidade de vida. Nos seus vários livros, Augusto Cury fala-nos disso mesmo.