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COMPETÊNCIAS PARA O BOM VIVER



Há muita gente que associa o envelhecimento à perda de faculdades. Ora, quando se goza de saúde, essa perda de faculdades é muito relativa. Além de diferenças individuais muito grandes, o chamado "declínio cognitivo" acontece de forma mais evidente a partir dos 75 anos ou em idades mais avançadas (e, mesmo assim, há cada vez mais excepções).

Os especialistas em envelhecimento costumam dar atenção aos seguintes aspectos: competência, cognição, personalidade, saúde, satisfação de vida e bem-estar psicológico. Vejamos o que cada uma destas áreas significa.

COMPETÊNCIA
Traduz a capacidade da pessoa para lidar com os desafios e obrigações da vida e que lhe permitam ser autónomo. Envolve variáveis de tipo cognitivo, emocional e social.

COGNIÇÃO
Diz respeito às actividades do pensamento, do raciocínio, da percepção, da memória, da aprendizagem, da criatividade e da inteligência, entre outras.

SABEDORIA
Forma de conhecimento extenso que depende da experiência de vida, envolvendo alguma combinação entre inteligência e criatividade, e que permite obter um discernimento pragmático sobre os problemas e situações do dia-a-dia e/ou profissionais e sociais.

PERSONALIDADE
Conjunto de características que definem psicologicamente a pessoa e que sofre evolução com a idade. É constituída por uma personalidade-básica (com a qual nascemos), uma personalidade aprendida (por influência da educação e do meio) e uma personalidade escolhida (através das opções feitas ao longo da vida).

SAÚDE
Estado geral do indivíduo e que está associado à noção de bem-estar.

SATISFAÇÃO DE VIDA
Avaliação que permite às pessoas reflectir sobre as discrepâncias percebidas entre as aspirações e a realizações conseguidas.

BEM-ESTAR PSICOLÓGICO
Sentimento de satisfação que envolve a auto-estima, o ânimo, o equilíbrio afectivo, a auto-imagem e outras dimensões.

Em 1989, os cientistas L. Clarkson-Smith e A. Hartley, escreveram no Journal of Counseling and Development (nr. 77, pág.141-152) destacaram que as pessoas mais velhas que praticam exercício físico têm melhores resultados em medidas de raciocínio, memória activa e tempo de reacção. Verificaram também que os reformados inactivos mostram um declínio cognitivo acentuado na circulação sanguínea cerebral pelo que ficou concluído que a deterioração ou a perda de algumas capacidades mentais é mais devida à falta de uso do que à idade ou à doença!

Outros estudos destacam o papel da estimulação cognitiva através de actividades mentais que podem ser realizadas não apenas através de um estilo de vida que envolva convívios, leituras, viagens mas também a participação em programas de "fitness mental".

Uma das chaves para a longevidade está, por conseguinte, no exercício físico. Quanto maior for o sedentarismo, maiores serão os riscos de doença física ou mental, sobretudo nos idosos. A partir dos 50 anos, a perda muscular acentua-se 15 por cento e 30 por cento depois dos 70. Eis algumas regras que o poderão ajudar a ficar em forma:

- Experimentar (não há nada melhor do que começar!).
- Arranjar um companheiro/a para treinar.
- Começar com calma, sem exageros.
- Procure sempre fazer actividade física no seu dia-a-dia, independentemente do seu treino.
- Considere o treino como um compromisso.
- Se tiver de faltar, pode e deve sempre compensar.
- Registe e anote os seus progressos semanalmente.
- Se tiver de interromper o seu treino por dias ou semanas, recomece com metade da intensidade de treino.
- Diversifique o seu treino ao máximo com alongamentos, caminhadas e treino de força.