Somos uma espécie animal bem sucedida. A capacidade para o
sucesso está nos nossos genes depois de milhões de anos de evolução e
adaptação. Já não somos fisicamente tão grotescos como os nossos antepassados
longínquos nem nos divertimos apenas a produzir pedras lascadas.
Como em tudo na vida, nós vamos melhorando nossa percepção das coisas, descobrindo outras e alargando a nossa capacidade de resposta aos desafios. Este espírito de luta, de disponibilidade para a recepção de novos aprendizagens, deve constituir um dos objectivos centrais da vida. É, com efeito, uma das bases do sucesso.
O sucesso pode ser definido de muitas formas. Há quem o associe à felicidade (conceito amplo onde cabem muitas realizações). Há quem o coloque entre a razão de ser da vida humana. Para uns, o sucesso atinge-se através das realizações (é o percurso); para outros será medido através das metas atingidas (é o fim em si mesmo). Há quem diga que o sucesso constrói-se. Outros aspiram que ele surja por um golpe de sorte.
Sucesso conjuga com felicidade?
Um estudo do biólogo comportamental Paul Martin concluiu que
o sucesso pode ser, de facto, um ingrediente da felicidade mas não há uma
relação directa! É que a felicidade é muito mais um produto da riqueza
psicológica do que da riqueza material.
O sucesso tem a ver com reconhecimento social. Mas a procura
da fama, tal como a procura da riqueza, é mais frequentemente uma receita para
a infelicidade. O sucesso, quanto mais elevado for, mais exigência acarreta
para o indivíduo e isso pode ser gerador de ansiedade, stress, inquietações,
insegurança e perdições. Quantas celebridades do mundo de hoje terminam com a
sua vida na pior das amarguras e até no suicídio?