Um número considerável de factores que aceleram o nosso
envelhecimento é resultante das nossas próprias escolhas. Isto deve fazer-nos reflectir.
Sabemos que o envelhecer é sobretudo um processo de
entropia, ou seja, de deterioração provocada por agentes externos,
frequentemente tóxicos e que, sob a forma de radicais livres, atacam o
organismo (desde a pele aos mais pequeninos dos nossos órgãos). Não damos
habitualmente muita importância a estes aspectos e confiamos muito mais no
factor sorte. Geralmente, fazemo-lo com desculpas do género "Ah, fulano
não fumava e todavia morreu de cancro do pulmão" ou coisas do género
"Os médicos também envelhecem e morrem".
.
É verdade. Mas há muita coisa que falta acrescentar. Por
exemplo, que todas as pessoas envelhecem de forma e em ritmo diferentes devido
a um sem número de factores (genéticos, hereditários, ambientais, etc.). E,
mesmo quando se analisa uma pessoa, verifica-se que cada parte do corpo
envelhece a um ritmo diferente. É possível, por exemplo, que o estômago esteja
mais envelhecido que os pulmões e, por isso, possa arrastar a pessoa para
problemas digestivos que dão origem a um envelhecimento mais rápido a nível
geral. E, mais ainda, a sua morte poderá começar no estômago.
Voltemos ao início. Se muito do nosso envelhecimento resulta
das escolhas que fazemos, então o que é que está envolvido? Pois, a educação,
os hábitos, os comportamentos, etc. Ou seja, tudo isso está na psique do
indivíduo, na sua mente.
Conhecemos pessoas que, apesar de obesas, continuam a manter
hábitos alimentares destrutivos, insistindo em comer verdadeiras porcarias que
não apenas engordam como contêm muito material tóxico. Essa pessoa até pode
durar muito tempo mas a sua aparência não é saudável (longe vai o tempo em que
a gordura era formosura) e terá muitas mais probabilidades de ser vítima de
problemas cardiovasculares e envelhecer mais rapidamente.
O famoso médico Deepak Chopra diz que "o grande inimigo
da renovação é o hábito". Esta renovação de que ele fala é a do corpo pois
este não é um objecto acabado mas um processo em contínua mudança. Ora desde
que esse processo seja orientado no sentido da renovação as nossas células
podem manter-se jovens "não importa quanto tempo passe ou a quanta
entropia estamos expostos".
O envelhecimento e a morte também não são só acelerados por
aquilo que comemos mas também por outros hábitos de vida que provocam acidentes,
deterioram o corpo e provocam doenças. Por exemplo, dizem as prostitutas que
muitos homens que as procuram pagam-lhes mais para poderem ter relações sem
preservativo. Que é isto senão jogar à roleta russa? É óbvio que, quem vive
assim, deposita toda a sua esperança no factor sorte. Ora devemos reduzir ao
mínimo a crença de que a sorte é a única determinante na saúde e na
longevidade.
As descobertas científicas vão todas no sentido de que a
nossa saúde e a nossa longevidade dependem de muitos factores que podemos
controlar e, assim, podemos envelhecer mais devagar e com saúde até aos nossos
últimos dias. Para que tal sejamos capazes de atingir necessitamos de adoptar
uma nova visão do envelhecimento, compreender o papel da psique e da
consciência e enveredar por um estilo e um programa de vida onde a renovação
(saudável e positiva) seja uma constante.