As formigas estão tão dependentes da sua comunidade que quando alguma se perde ela morre. |
Adoro ler biografias de pessoas que de alguma
forma ajudaram a mudar o nosso mundo. E gosto disso porque muitas vidas foram
verdadeiramente inspiradoras, não tanto pelo que alcançaram mas
pela forma como enfrentaram os desafios, os problemas, os acasos da vida, as
oportunidades e também os riscos.
E uma conclusão eu tirei até ao
momento: a maioria das pessoas que a sociedade considera "equilibradas" (ou
seja, que vivem em conformidade com as regras e os costumes, o "status quo", e
que funcionam como as formigas) não têm grandes "chances" de trazerem grandes
mudanças ao mundo.
As que reviraram as coisas (de causas humanas a inventos socialmente úteis) foram, de alguma forma, pessoas que divergiram da maioria, não tanto por terem algum talento especial mas pela maneira como atuaram, deixando o seu legado para além da sua própria vida (por vezes anónimas e tantas vezes repudiadas).
A vida das pessoas é semelhante a uma viagem. O escritor Chris Guillebeau disse algo que explica bem isso: "o meu sentimento é que uma viagem vulgar não produz grandes memórias". É como a vida.
Ao contrário das formigas (que morrem quando se perdem da sua comunidade), o ser humano, mesmo sendo um animal social, tem sempre uma possibilidade em aberto: pode criar os seus próprios objetivos, seguir o seu próprio caminho, criar as suas próprias regras e ser diferente dos demais.
Infelizmente, essa possibilidade em aberto, que esconde, por vezes, tantas oportunidades, não é explorada pela maioria das pessoas que se contenta em levar uma vida certinha e regrada como as formigas.