A sorte está muito relacionada com o acaso. Sorte e acaso
sempre fizeram parte da história humana. Mas, atualmente, com o aumento da
população mundial e da complexidade social, o factor "acaso" atingiu
um peso impressionante. Ou seja, o "acaso", se pudesse ser
quantificado, chegaria a valores inimagináveis.
A vida de cada um de nós está repleta de acasos e muitos
mais virão, no próximo minuto, nas horas seguintes, em qualquer altura do
futuro próximo ou longínquo. De um momento para o outro encontramos pessoas ou
deparamo-nos com acontecimentos e situações que podem modificar completamente a
nossa vida (por vezes de forma radical).
Não interessa aqui discutir se "está escrito no
destino" ou se qualquer acaso surge como que do nada ou de nada alguma vez
imaginado. O acaso quase sempre surpreende porque nos apanha desprevenidos e
porque temos tendência a não pensar que a vida está cheia de surpresas (boas,
neutras, más).
É aqui que entra o factor sorte. Muitas vezes, o que o acaso
nos traz é generoso. Muitas outras, é simplesmente horrível e difícil de
assimilar. Tudo depende de muitos factores e da conjugação de vários elementos
tais como o "estar na hora e no lugar certo" para que algo nos
surpreenda pela sua imprevisibilidade.
O ser humano não dá muito valor ao acaso a não ser quando se
depara com ele. Poucas pessoas pensam que o acaso vai ainda surpreendê-las mais
vezes no futuro e que não estão protegidas dele. Com sorte, os acasos poderão
ter um "final feliz". Sem ela, o risco de nos magoar ou nos derrubar
é enorme.
O ACASO, A SORTE E O CÉREBRO
Curiosamente, quer o acaso quer a sorte, têm a sua
componente psicológica. Há pessoas com mais hipóteses de terem a sorte do seu
lado enquanto outras parecem destinadas ao azar.
Cientistas como o inglês Richard Wiseman e o alemão Stefan
Klein (admirado por António Damásio) estudaram, de forma independente, os
factores "sorte" e "acaso" e descobriram que podemos ter
alguma influência em qualquer um deles. Essa conclusão abre portas para que cada
um de nós possa ter um maior poder sobre o que chamamos "destino"
conhecendo melhor como o nosso cérebro funciona. Até nisto, o cérebro tem um
papel muito importante.