Chamam-nos "cronies" e pensam que somos uns obcecados com as dietas. Nada mais errado (e tolo).
Os "cronies" são as pessoas que seguem uma
"restrição calórica através de um nutrição ótima". E é daí que vem o
nome de "cronies", sigla inglesa resultante do nome do programa
Calorie Restriction with Optimal Nutrition.
Pertenço ao grupo dos "cronies" (desde que tive um
melanoma há 30 anos) que estão a ser seguidos por cientistas especializados em
biologia, gerontologia e neurociência cognitiva e que estudam os efeitos da
restrição calórica e da otimização nutritiva no envelhecimento celular.
Os "cronies" com mais de 60 anos de idade, por
exemplo, além de baixos níveis de colesterol e triglicerídeos podem ter uma
média de pressão arterial próxima dos 100/60 (semelhante à de uma criança) e
níveis baixos de glicemia (açúcar no sangue).
Por outro lado, apresentam artérias mais flexíveis e o
músculo do coração apresenta-se saudável (sendo também não muito diferente dos
jovens adultos).
Têm outras particularidades que resultam de uma dieta que é
hipocalórica (controlada) pelo que são frequentemente vegetarianos e seguem um
regime flexível em que comem com prazer, não passam fome nem ficam anoréticos
pondo em risco a sua saúde. Antes pelo contrário.
O objectivo de seguir este regime (sempre que posso sou eu
mesmo quem cozinho as minhas refeições) é a saúde integral e o retardamento do
envelhecimento, podendo levar a uma vida mais longa e sem doenças crónicas.
Os estudos até hoje realizados mostram, efetivamente, que
uma dieta ótima tem um limite de calorias que é cerca de 20 a 30% inferior ao
das pessoas que comem "de tudo" (incluindo muita carne e gorduras
nocivas).
Convém fazer algumas análises regularmente para verificar se
os níveis de vitalidade estão dentro dos padrões desejados. Nem todas as
pessoas são iguais pelo que temos de fazer, inicialmente, alguns ajustes.
Esta dieta não tem riscos mas há pessoas que exageram e
quase deixam de comer. Isso então é um problema pois o objetivo não é esse. Os
anoréticos não fazem parte dos "cronies".
Significa isto uma garantia total para uma vida isenta de
doenças e com longevidade assegurada? Não. Mas nós, os "cronies",
estamos revelando resultados muito encorajadores e um envelhecimento ótimo (com
raras exceções devido a outros fatores muito pessoais não controláveis,
geralmente genéticos).
ALGUNS DOS
CIENTISTAS ENVOLVIDOS
Don Ingram,
Ph.D, CALERIE Study, Pennington Biomedical Research Center;
Roz
Anderson, Ph.D, Department of Medicine, U of Wisconsin;
Joseph
Dhahbi, MD, Ph.D, Biochemistry, Spindler Lab, U. of California, Riverside;
Eric
Ravussin, Ph.D, CALERIE Study, Pennington Biomedical Research Center;
Andrzej
Bartke, PhD, Director of Geriatric Medicine and Professor of Physiology and
Medicine, Department of Internal Medicine, Southern Illinois University School
of Medicine;
Jennifer
Fenton, MS, PhD, MPH Assistant Professor, Dept of Food Science and Human
Nutrition, Michigan State University;
Luigi
Fontana, MD, PhD Research Assistant Professor in Medicine, Geriatrics and
Nutritional Science. Washington University in Saint Louis School of Medicine;
John O.
Holloszy, MD Professor of Medicine; Director, Section of Applied Physiology,
Geriatrics and Nutritional Science. Washington University in Saint Louis School
of Medicine;
Pankaj
Kapahi, PhD Associate Professor, Buck Institute for Research on Aging;
Thomas
Seyfried, PhD Professor of Biology Boston College, specialist in alternative
methods of cancer prevention and treatment;
David
Sinclair, PhD Professor, Department of Genetics, Biological and Biomedical
Sciences, Harvard Medical School;
Stephen
Spindler, PhD Professor of Biochemistry & Biochemist, College of Natural
and Agricultural Sciences, Department of Biochemistry, University of California
at Riverside;
Eric
Verdin, MD Associate Director and Senior Investigator, Gladstone Institutes;
Professor, University of California at San Francisco.
George
Roth, Ph.D, GeroScience, Inc.;
Nelson S Lima