O grande recurso que vai diferenciar as nações - muito mais do
que o dinheiro e os recursos naturais (entre outros bens) - será o conhecimento
que souberem reunir e utilizar nos diferentes domínios, em especial na
economia, na ciência, na tecnologia e na cultura.
Em última instância, o que vai diferenciar os países pobres
e os países ricos, será o conhecimento e o "know how" (o saber fazer)
mais a capacidade de cada um para gerar boas ideias e inovações, e saber
aplicá-las, enriquecê-las e também exportá-las.
(Recordo-me de ter aprendido, algures nos anos 80, que o
Japão tornou-se numa potência económica quando passou a centrar-se na formação
e no conhecimento. Lembro-me de ter lido uma vez no semanário Expresso um
artigo sobre a "imitação criativa" que os japoneses tão bem souberam
fazer (os japoneses não têm fama de ser um povo de inventores mas de
inovadores; eles "limitaram-se" a melhorar aquilo que no Ocidente já
estava inventado - e assim se tornaram excelentes na eletrónica, no sector
automóvel e em outros outros a partir dos anos 70/80).
Ora é através de políticas de educação ousadas e intensivas
que, no mundo atual, as nações poderão gerar riqueza.
DIZ-ME O QUE SABES....
E, a um nível mais pessoal, é assim que, no futuro, "o
fosso entre ricos e pobres será muito mais estreito" porque
"dependerá muito menos do lugar onde moramos e mais do nível de educação
de cada um de nós" - escreveu a editora da "The Economist",
Zanny M. Beddoes. Para esta jornalista, "um melhor nível de educação é a
melhor forma de reduzir a desigualdade de rendimentos".
Investir numa nova educação, que prepare jovens para
mercados de trabalho bem diferentes do que eram até há apenas 5 anos (e
investir também numa atualização de conhecimentos, reciclagem e requalificação
de trabalhadores adultos), será pois uma das mais inteligentes e oportunas
decisões que os países poderão tomar visando aumentar a riqueza e o bem-estar da
população.
Também por isso, e porque estamos num mundo cada vez mais
afastado do que conhecemos até agora, é urgente uma reforma completa na
educação (nos conteúdos, nos modelos, nos métodos, nos meios, etc.).
Em muitos países, como Portugal e Brasil, a educação sofre
ainda de um grande atraso pois rege-se por reformas e remendos que ainda não
escaparam da influência da Era Industrial. As escolas são ainda, na
generalidade, mais parecidas com depósitos de estudantes do que como
verdadeiros centros de conhecimento, pensamento e criatividade.
Nelson S. Lima