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PORQUE OS AFETOS BENEFICIAM O CORPO


Às vezes é muito difícil discernir quem, estando na ciência, compreende aquilo que à ciência escapa porque ela ainda não tem meios para poder observar, avaliar e confirmar (seguindo as etapas rigorosas do chamado método científico) muitos fenómenos intrigantes (como as "remissões espontâneas" do cancro).

Há inúmeros campos da vida que a biologia (e outras ciências) não compreende. Refiro-me muito especialmente às questões da saúde que hoje merecem todo o tipo de investigações mas também muito alarido na comunicação social. A tal ponto que as pessoas ficam confusas quando vêem que os próprios cientistas têm opiniões divergentes, o que nos deixa sem saber quem está mais certo e nos garanta mais confiança.

CANJA DE GALINHA
Fora da ciência vive-se muito do "diz-se que". Afirmações do género "as cenouras, porque têm vitamina A, põem os olhos bonitos" ou "o tomate cozido combate o cancro da próstata" não são cientificamente corretas mesmo que tenham o seu fundo de verdade (mas não toda a verdade pois cada pessoa tem características muito próprias e diferentes modos de reagir às doenças).

É então que entra em campo a "pseudociência" cuja autoria (a do nome) é da própria ciência. Tudo o que lhe escapa mas é apresentado como conhecimento (ancestral, tradicional, natural, etc.) e que não tenha passado pelo crivo científico é "pseudo".

Ora esquece-se a ciência que muito do que hoje apresenta com garantias científicas era anteriormente "pseudociência" pois não podia ser demonstrado, testado e comprovado. Faltava-lhe a tecnologia e o conhecimento que hoje existem. 

Penso, por exemplo, nas chamadas "remissões espontâneas" de doenças oncológicas que, à falta de melhor explicação, remete-se para o campo dos "milagres" ou da "sorte" (que muitos médicos aceitam por desconhecerem o que, de verdade, se passou no organismo anteriormente condenado). Sugiro que leiam o website da Dra Kelly Turner que fez um extenso trabalho de pesquisa sobre as curas inexplicáveis relativas ao cancro (https://radicalremission.com).

Ora quando a ciência (ou os cientistas, incluindo os médicos e terapeutas) se limita a dizer que "não sabe" ou que "é um milagre" está a passar a si mesma um atestado de ignorância. Devia então ser mais prudente para não ficar mal vista. Não se sabe? Investigue-se.

ENTÃO É PSEUDOCIÊNCIA?
Ficaria bem à ciência não se precipitar a chamar de "pseudociência" aquilo que talvez nem pretenda ser reconhecida como ciência.

Por exemplo, numerosos estudos atestam que as emoções tanto podem ser causa como cura de muitas doenças, sem que se saiba muito bem como isso acontece. Felizmente há cientistas que estão abertos para estudar o desconhecido ao contrário dos reducionistas que se limitam a seguir as regras do "cientificamente correto". Os primeiros foram procurar explicações. Os segundos, nem se interessam, ou escrevem artigos (e livros) como se fossem eles os donos da verdade e sobre a qual nada sabem.

Um simples exemplo: a solidão contribui para diminuir a esperança de vida! Ok, como se pode garantir isso quando há pessoas que apreciam a solidão e o viver sozinhas? Pois bem, funciona naquelas que têm medo de viver num estado de solidão e abandono (tão frequente hoje em dia).

Quem garante o que acabo de dizer? Eu não, mas para mim isso faz sentido. Ora procuremos sair do campo da "pseudociência". Os investigadores S. Dockray e A. Steptoe escreveram um artigo na revista "Neurocience and Biobehavioral Reviews" (nº 35, 1, pág. 69-75) intitulado "Positive Affect and Psychobiological Processes" onde concluem que receber amor e apoio de outras pessoas leva a aumentos significativos de hormonas no sangue que têm efeitos curativos (são elas as endorfinas, a serotonina, a oxitocina e a dopamina) ao fortalecerem o sistema imunitário.

A experiência também confirmada por outros cientistas (como B.N.Uchino, J.T.Cacioppo e K. Kiecolt-Glaser e outros) demonstrou (com análises ao sangue e à saliva, e ressonâncias magnéticas ao cérebro) que essas hormonas ajudam a diminuir os processos inflamatórios. Ao aumentar o número de glóbulos brancos e vermelhos, linfócitos T auxiliares e células K é de concluir (de acordo com as experiências) que a afetividade faz efetivamente bem ao organismo e à saúde. Aliás, nem é preciso ciência para se perceber isso.

UMA NOVA CIÊNCIA
Os cientistas que desconheçam isto atrevem-se desde logo a chamar a este campo do conhecimento "pseudociência" ou, no mínimo, a desvalorizar o assunto. Por isso, é raro que um médico receite "mais amor" (seja dar, seja receber amor) a qualquer doente. O mais simples (para eles) é receitar um antidepressivo. Uma solução que nem sempre é a mais acertada.

Saber como o corpo tem o poder de autocurar-se (e como o faz) é ainda um campo muito recente da ciência. Tomara que outros cientistas dediquem as suas carreiras a estudar o outro lado da barreira, pesquisando o desconhecido e aquilo que, à partida, possa ser ainda acusado de "pseudociência".

Dos cientistas também esperamos coragem, ousadia, criatividade e capacidade de explorarem novos campos que necessitam ser melhor entendidos. Para bem de todos nós e da própria ciência (para que continue a ser respeitada por todos).

Uma nota final: não me preocupa tanto a "pseudociência" quanto os "pseudocientistas" (destes é que é imperioso ter receio).

Nelson S Lima