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O RETOMAR DA ESPERANÇA


Nos finais dos anos 70, a jornalista Marilyn Ferguson fez uma extensa investigação sobre as transformações pessoais e sociais que se estavam a operar no mundo. Recolheu imensos depoimentos e convenceu-se de que estávamos na alvorada de um salto para uma humanidade mais baseada no amor e na paz do que na competição e no materialismo reducionista.

A tecnologia progredia rapidamente e os estudo sobre o cérebro, a mente e a consciência estavam a romper com o desconhecido, abrindo portas para novos saberes até então tidos como tímidos e pouco consistentes. Muitos pensadores clamavam por uma nova sociedade, uma nova cultura, uma nova educação.

Parecia que, dispersos um pouco por todo o mundo, havia muita gente que estava tomar consciência da necessidade de uma mudança urgente do rumo que a humanidade estava a tomar (vivia-se o tempo da Guerra Fria, do Vietname e a sociedade mostrava algum cansaço).

Por essa época, o visionário Alvin Tofler já havia lançado o livro O CHOQUE DO FUTURO e preparava-se para publicar um outro, a 3ª VAGA (no Brasil, a 3ª ONDA), em 1980 - obras também fruto de muita pesquisa e que traçavam o perfil de um novo tempo feito de muitas mudanças, que se aproximava a passos largos.

Marilyn lançou então o interessante livro A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA inspirado em pensadores como Thomas Kuhn, Ilya Prigogine (Prémio Nobel 1977, convicto, então, de que a humanidade se encontrava "num momento empolgante da história, talvez um momento decisivo"), Pierre Teilhard de Chardin e em muitos inconformistas e ativistas que queriam um mundo novo, mais democrático, mais aberto às novas possibilidades de expansão da consciência e do conhecimento.

Apesar do seu título um tanto esotérico, o livro de Marilyn reúne todo um conjunto dos inúmeros sinais de mudança em todos os setores da sociedade nos anos 80 - da ciência à política, da educação à transformação pessoal.

Quando comprei o livro ele já ia na 11ª edição no Brasil. Continua a ser para mim um livro de referência, altamente inspirador, tal com foram os livros de Alvin Tofler e de muitos outros pensadores.

Infelizmente, o entusiasmo e as esperanças de Marilyn mostraram-se excessivas pois as grandes transformações pessoais e sociais que ela previa foram-se esbatendo. Acontecimentos políticos (como a derrocada do socialismo e o desmantelamento da URSS) e mudanças em outros setores levaram outros autores como Francis Fukuyama (1989) a profetizarem a estagnação da sociedade e "o fim da história humana".

Depois disso, porém, outros pensadores como Ken Wilber, Amit Goswami, Bruce Lipton, Dalai Lama e Deepak Chopra entraram em cena retomando, em parte, as ideias contidas no livro de Marilyn Ferguson (que, entretanto, faleceu em 2008).

Atualmente, as consecutivas ondas de choque que assolam a humanidade têm vindo a gerar um sentimento de mudança urgente.

Relendo A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA, pese o tempo já passado desde a sua publicação, tem-se a impressão que é preciso, sem dúvida, dar continuidade ao seu trabalho.

É tempo de um novo despertar, de um salto em frente. Cientistas e humanistas sabem disso (menos os políticos). A aceleração da história e dos próprios acontecimentos ao nível mais pessoal fazem crer que Marilyn tinha razão: a "transformação, a inovação e a evolução são as respostas naturais às crises". 

E, como escreveu John Naisbitt, autor de "Megatendências", Marilyn, apesar de ter sido considerada excessivamente otimista, estava muito à frente do seu tempo quando escreveu A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA. O seu livro faz agora todo o sentido. Está mais atual do que nunca: não perdermos a esperança e lutarmos por um mundo diferente e melhor é o dever de cada um de nós. 

Recuperar o tempo perdido não é perda de tempo. E quanto aos pessimistas - que sempre os há - retomo John Naisbitt: "não são de utilidade nenhuma".

Nelson S Lima