Com o passar dos anos aumentei substancialmente a quantidade
de leituras e aprendizagens que realizo cada ano, da mesma forma que a escrita
e o exercício do reflectir devem ter quintuplicado ou muito mais.
Considero isto, a par de uma maior diversidade de contactos
sociais e atividades, o factor responsável pelos (meus) ganhos obtidos a nível
intelectual e afectivo na medida em que não apenas o meu acervo de
conhecimentos e de informação recolhida se enriqueceu como modificou
substancialmente a minha capacidade de olhar e entender o mundo (sempre me
horrorizei com a ideia de ficar ultrapassado e passar a viver numa pacífica e
inoperante ignorância).
Hoje, sinto uma segurança que, sem ser exagerada, me permite
dizer que, qualquer surpresa na vida, mesmo que negativa, é mais um desafio bem
recebido do que um problema assustador.
QUANDO CHEGAMOS?
Talvez isso seja o que entendemos por maturidade. Ela vai-se
construindo ao longo do tempo mas só existe um momento a partir do qual
sentimos que chegamos lá. Tudo o que percebemos (sentimos) antes foram ou são
apenas frágeis (mas não inúteis) sensações de que atingimos os limites das
nossas faculdades e capacidades.
Pode ser uma mera ilusão (e todos sabemos como as ilusões
podem ser enganadoras) mas a tal maturidade necessita de
elementos tão diversos como o sofrimento (emocional, intelectual, orgânico,
existencial), múltiplas vivências, passagens por diferentes estados de
consciência e muitas outras realizações.
E, mesmo agora, aqui chegado, eu sei que tenho ainda muito
caminho a percorrer. Talvez ainda mais do que anteriormente. Tempo de partir em
busca de novos "continentes" do pensamento!
Nelson S Lima