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O DÉFICE DE ATENÇÃO FAVORECE A CRIATIVIDADE?


Thomas Edison, Oscar Wilde, Picasso, Winston Churchill, Alexander Graham Bell, Sylvester Stallone, Tom Cruise, Robin Williams, John Lennon, Mozart, Dustin Hoffman, Steve McQueen, Richard Branson e muitas mais pessoas célebres foram diagnosticados com o que hoje chamamos "défice de atenção", com ou sem hiperatividade e/ou impulsividade.

O que é que gera o défice de atenção clinicamente significativo? Resposta simplificada: um abrandamento na atividade de certas áreas pré-frontais do cérebro (onde também se processa a nossa capacidade de planificar e o auto-controlo, por exemplo) é a principal causa do défice de atenção sendo por isso que se receitam psicoestimulantes para que essas áreas trabalhem em sincronia (também chamada "entrar em fase de encerramento neural"), o que permite a focalização da atenção eliminando os factores de distração, nomeadamente a chamada "divagação mental" (que as pessoas chamam "estar na lua", "estar com a cabeça no ar", "estar ausente", etc.).

Ora vamos lá à questão que aqui me traz. Se têm défice de atenção, não podendo facilmente concentrar-se, como é que poderão ser pessoas criativas e até empreendedoras e bem sucedidas?

Fácil de explicar! A chamada "deriva mental" ou "divagação mental" todos nós temos em boa parte do tempo (em 40 a 50% do nosso dia-a-dia). Mas nas pessoas com défice de atenção essa "divagação" é mais extensa e expressiva pois têm dificuldade em focalizar-se, ou seja, em atingir a chamada "atenção seletiva" (por razões neuroquímicas e elétricas).

O professor de psicologia Jonathon Schooler, num estudo apresentado em 2010, revela que a "divagação mental" é maior nas pessoas com défice de atenção MAS É PRECISAMENTE isso que as torna receptivas a mais "insights criativos". Porquê?

Porque é nesse estado aparentemente "distraído" que o cérebro abre-se para ideias e pensamentos criativos pois a mente, vagueando entre muitos temas de "auto conversa interior", entra num "estado de serendipismo" (uma condição mental que produz ideias inesperadas) e de "consciência aberta" (o que não acontece quando estamos focalizados, centrados em algo).

Estudando a vida de pessoas criativas e empreendedoras descobriu-se que muitas sofriam de dificuldade de concentração (o défice de atenção é precisamente uma dificuldade em focalizar-se em algo de forma sustentada).

Ora isto deve levar-nos a repensar o ensino das crianças com défice de atenção. Elas podem ser ajudadas a gerir a sua atenção através de técnicas como a "prática da atenção plena". Aliás, serve para todas as crianças a partir dos 3 anos de idade, o que lhes vai proporcionar mais tarde aquilo que chamamos de "domínio cognitivo" (auto-controlo mental), com espetaculares resultados nas aprendizagens e até na inteligência prática (também chamada "executiva").

Por exemplo, as autoridades de Singapura - uma cidade-estado da Ásia com mais de 5 milhões de habitantes - contratou cientistas americanos e ingleses para ensinarem os professores a desenvolver nos alunos o "domínio cognitivo" (foto) mas também a criatividade através da "divagação mental".

Nelson S Lima