Poderá parecer exagero dizer-se que existem centenas de formas para se ser bem sucedido, nomeadamente na resolução de problemas. Todos nós temos várias aptidões que poderão ajudar-nos nesse desafio.
Um dos problemas mais comuns é que as pessoas tendem a usar
apenas duas ou três dessas capacidades e, devido a certos hábitos mentais,
costumam aplicar a mesma fórmula para problemas diferentes. Ora, se pensarmos
bem, descobrimos que cada problema exige abordagens, estratégias e esquemas de
raciocínio diferentes.
A questão principal centra-se naquilo que entendemos por
inteligência. Um estudo da psicóloga Carol S. Dweek levou-a à conclusão de que
não é a inteligência propriamente dita que ajuda a resolver os problemas MAS a
maneira como nós escolhemos o tipo de inteligência e aptidões que interessam em
cada caso.
É por isso que nem sempre as pessoas com alto nível de
inteligência resolvem melhor os problemas. Costumam confiar em demasia em si
mesmas. Aliás, por vezes, não se convencem dos seus erros pelo que faz com que
insistam neles.
Já as pessoas com um desenvolvimento cognitivo dentro do que se poderá classificar de "médio" são muitas vezes melhor sucedidas na vida
porque são mais flexíveis, mais práticas, mais experimentadas, mais criativas e
mais ousadas. E não pensam muito na inteligência. Limitam-se a usarem-na sem preconceitos
nem excessos de confiança.
O filósofo Jacob Pétry chamou a este cenário cognitivo de
"paradoxo da inteligência" já que contradiz a crença de que as
pessoas altamente inteligentes são melhores a resolver problemas e a terem mais
sucesso na vida.
Ora a prática revela que a inteligência é de grande utilidade
mas não é infalível até porque cada problema envolve muitos fatores e uma
ginástica mental apropriada.
Convém sublinhar que a inteligência - que assume diversos
tipos e envolve muitas aptidões mentais - pode ser treinada para se tornar
melhor e mais eficiente. O lugar privilegiado para o fazer é na escola.
As crianças deveriam ser ensinadas a descobrir os seus
talentos intelectuais e serem encorajadas a explorar as múltiplas
potencialidades com que nasceram (infelizmente, a educação, por vezes, exerce
um efeito contrário bloqueando essas mesmas potencialidades).
Nelson S Lima