Em Ljubljana, capital da Eslovénia, um país eslavo. Em 2016, com 70 anos de idade |
É-se mais feliz em criança, na adolescência, na vida adulta
ou na velhice? Ora, dirão muitos de vocês, esta pergunta não tem cabimento.
Pode-se ser feliz em qualquer altura da vida, da mesma forma que a infelicidade
pode agarrar-nos em qualquer outra etapa.
Não obstante, há estudos referindo que, para além de muitos
outros fatores que estão presentes na felicidade, a época da vida também tem a
sua influência. Mas tudo isto tem de ser visto no seu conjunto. E não
separadamente.
Falando por mim, quis a vida (ou o destino, caso se acredite
nele) que me sinto mais feliz agora do que quando era mais jovem. Com excepção da infância de que tenho boas memórias. Ou seja, a infância e a idade sénior, no meu caso
pessoal, foram mais benéficos (têm sido), o que vem confirmar alguns estudos.
NA VIDA ADULTA NÃO FALTAM DECEPÇÕES
Vejamos. Na infância é-se feliz porque vive-se um mundo sem
preocupações, o imaginário ocupa nossa mente, a inocência predomina e as
brincadeiras são uma constante. E na idade sénior (depois dos 60) já se viveu o
suficiente para se atingir a maturidade e uma certa sabedoria que nos
proporciona uma agradável serenidade. Já nos sentimos realizados, a família
está constituída e olhamos com algum distanciamento mas muito interesse (no meu
caso) os problemas do mundo.
Durante o resto do tempo - no fim da adolescência e durante
a vida adulta - as canseiras e as preocupações são bem maiores do que nas
outras idades, afetando a felicidade (stress ocupacional, divórcios,
complicações diversas, esforço de realização profissional, etc.). Na verdade, é
na casa dos 35-45 anos de idade que as pessoas têm mais problemas e têm menos
momentos de felicidade.
É certo que a felicidade não é um estado permanente. Ela é
feita de oportunidades, ou seja, de momentos felizes. Creio, porém, que na
infância e na velhice esses momentos são mais prolongados no tempo pois há
menos sobressaltos e aborrecimentos.
A FELICIDADE A QUE TEMOS DIREITO
Bem, meus amigos, isto não é nenhuma teoria nem pretendo
afirmar nada de novo. É apenas uma opinião alicerçada no que a vida me ensinou
e no que vi nos outros, incluindo meus amigos. Mas acredito que se a minha vida
tivesse sido outra (tivesse nascido noutra época, noutro país, noutra família)
eu poderia ter uma opinião diferente. É óbvio.
Então, e em jeito de conclusão, digo: a cada um a sua
felicidade. E isso é um direito que deveria estar nas Constituições de todos os
países. Ou seja, deveria ser uma obrigação de todos os Estados proporcionarem
condições para que o seu povo pudesse ser o mais feliz possível.
Nelson S Lima