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LIBERTE-SE DAS AMARRAS MENTAIS

Muitos dos nossos problemas residem em hábitos estabelecidos e dos quais não temos geralmente consciência. Eles dão origem a comportamentos, atitudes e escolhas que repetimos rotineiramente. Chamam-se padrões.

Alguns desses padrões são positivos mas muitos outros impedem-nos de usufruir de uma vida melhor. Quando cometemos repetidamente certos erros devido aos tais padrões inconscientes isso significa que, bem lá no fundo, nós acreditamos que, insistindo nos mesmos, conseguiremos algum dia atingir os nossos fins. E nós insistimos porque sofremos daquilo que Freud chamou de "compulsão de repetição", a qual chega a ser, segundo ele, "mais forte que a vontade de viver e mais forte que o medo de morrer".

E então surge a decepção quando verificamos que os nossos padrões de comportamento inconscientes não nos levam onde queremos. Na verdade, nós tornamo-nos escravos desses padrões porque eles são motivados pela esperança otimista de que algum dia resultarão.

Você não imagina quantas pessoas talentosas e cheias de potencialidades ficam longe de realizar os seus sonhos por causa desses resultados sistematicamente improdutivos. Muitas queixam-se da má sorte ou do mundo cruel que as impedem de ter sucesso na vida (pessoal, profissional, social, etc.).

É vulgar verificarmos que o problema está nelas próprias ao cometerem erros sistematicamente (e, regra geral, os mesmos). É como estarmos 2 ou 3 anos a responder a anúncios para um emprego, usando a mesma abordagem e sem nada mudar. Está bem de ver que 2 ou 3 anos a repetir as mesmas respostas são mais do que suficientes para concluirmos que essa não será a melhor estratégia ou o caminho mais adequado. Este é um bom exemplo de um padrão e de como insistimos nele esperançosamente. E, entretanto, o tempo passa e as coisas provavelmente pioram.

Ora, frequentemente, uma qualquer mudança na nossa vida (como arranjar um emprego) só é possível quando quebramos alguns dos nossos padrões de comportamento. O segredo está em aproveitarmos a energia que os anima. Temos de repensar, de fazer uma auto-psicanálise para descobrirmos onde estamos a errar ou onde está o obstáculo que nos impede de seguir para uma nova etapa com sucesso.

Em conclusão: nós precisamos de seguir determinados padrões e adquirir hábitos saudáveis para termos uma vida bem sucedida. Mas quando cometemos certos erros com alguma frequência ou nos sentimos infelizes com a nossa vida talvez precisemos de mudar alguns padrões.

O psicanalista Dr Farrell Silverberg, de Filadélfia (Estados Unidos) criou uma fórmula que nos pode ajudar a quebrar os tais padrões improdutivos. Diz ele que o processo é:

1º Descobrirmos os padrões que nos conduzem a erros ou insucessos que se repetem com alguma insistência.
2º Analisá-los e compreender como se formaram e funcionam.
3º Fase da mudança: quebrar os padrões que nos impedem de avançar e adotar outros mais produtivos.
4º Mexermos no nosso estilo de vida para defendermo-nos de cair nos padrões de comportamento anteriores.

Será precisa alguma coragem para mudarmos os nossos padrões? Talvez. Mas o mais importante é querer mudar e passarmos à ação. Sem adiar para amanhã (adiar para amanhã é um padrão de comportamento que afeta muita gente).

Nelson S Lima 

Como a cultura influencia o estado de saúde.

O meu trabalho de pesquisa sobre Biologia Evolutiva, visando uma nova pós-graduação, centra-se no impacto da evolução da cultura (desde há 10.000 ou 12.000 anos) no estado de saúde do homem atual e, obviamente, o que aconteceu até aqui.

É surpreendente como, a partir de uma certa época (a invenção da agricultura) houve uma transformação radical nas condições de vida dos humanos não para melhor como seria de esperar mas para pior. Nesse capítulo, como não houve tempo para evolução biológica (é muito mais lenta), a evolução cultural (que alterou hábitos, modos de vida, transformação de alimentos e até condições higiénicas) passou a ter um papel crucial na saúde dos humanos.

A evolução cultural trouxe o sedentarismo, as grandes crenças e religiões organizadas, a aquisição e transmissão de novos estilos de vida, mudanças profundas na dieta alimentar e novas doenças. Para muitos poderá ser surpresa que os achados arqueológicos mostrem que os nómadas (quer eram caçadores-recoletores) tinham melhor saúde do que os que viviam em comunidades e dependentes da transformação crescente dos alimentos.

Aos poucos o homem foi transformando plantas que antes eram silvestres e modificou radicalmente a dieta. O sedentarismo trouxe também doenças devido às más condições higiénicas com que se vivia nos grandes aglomerados. Ratos e parasitas passaram a fazer parte do "habitat" humano enquanto a sujidade aumentava de forma assustadores dando origem a grandes pragas frequentes.


Ainda estamos nesse ciclo que foi amplificado pela revolução industrial. Se é um facto que ela trouxe benefícios de origem tecnológica e mais conforto também temos de dizer que as condições de vida pioraram em cidades que já albergavam milhões de habitantes pobres nos finais do século 19.

Ao contrário de há 20 ou 30 mil anos, em que tudo o que alimentava o homem era produto da natureza (desde a caça à fruta e outros vegetais silvestres), atualmente é raro aquilo que comemos oriundo de produtos naturais, mesmo aqueles que chamamos de biológicos (agricultura biológica).

A introdução do açúcar, do sal e do amido em grandes quantidades na nossa alimentação deve-se à indústria alimentar. E, como todos sabemos (ou devíamos saber) esses alimentos (incluindo os lácteos) estão hoje comprovadamente classificados como causadores de uma série de patologias (onde destaco a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras) que eram desconhecidas nos tempos antigos.

Produtos refinados e processados de mil maneiras enchem hoje as nossas dispensas e é ali que vamos buscar os nossos alimentos. Uma crescente percentagem de pessoas vive 80 ou mais anos mas à custa da medicina e de fármacos que procuram tratar sintomas, mantendo-as com uma série de doenças crónicas.

Leia sempre os rótulos e tenha cuidado com o excesso de açúcar, sal, leite, gordura trans, trigo e amido que quase todos os alimentos industrializados contêm. E não se esqueça também que a fruta que hoje ingerimos é manipulada industrialmente.

Nelson S Lima
Colaborador da Stop Cancer Portugal

Entrevista à revista SÁBADO



Edição desta semana de uma das revistas mais lidas em Portugal. O tema é aquele que está em destaque na capa: inteligência e ocupa 9 páginas (a partir da 36).
A jornalista Sara Capelo foi quem fez a reportagem. Ela foi ouvir diversos especialistas, nomeadamente Howard Gardner (o teórico das inteligências múltiplas), Branton Shearer, Brooke Macnamara e eu, Nelson S. Lima.
É um documento para o público leigo interessado nesta matéria pelo que não se esperem grandes novidades científicas nem tão pouco uma linguagem académica.
O tema já é - digamos - "velho" (as inteligências múltiplas foram tornadas públicas por Gardner já em 1992 e hoje em dia já muito mais se avançou nesse campo, havendo outras propostas com as quais eu estou mais de acordo - que é o caso da Teoria Triárquica da Inteligência, de Sternberg).
A minha participação é breve mas, ok, com direito a uma foto. O artigo, embora não traga quaisquer surpresas, recomenda-se pois inclui definições e um teste de simples elaboração, não se exigindo muita inteligência para o fazer (aliás, não é daqueles que supostamente avaliam o Q.I. mas, sim, quais as suas preferências em termos de "habilidades" conotadas com as inteligências múltiplas - a interpessoal, a intrapessoal, a espacial, a corporal-cinestésica, a musical e outras).
Nelson S Lima (13/03/2015)

RETARDAR O ENVELHECIMENTO....COM SAÚDE



Chamam-nos "cronies" e pensam que somos uns obcecados com as dietas. Nada mais errado (e tolo).

Os "cronies" são as pessoas que seguem uma "restrição calórica através de um nutrição ótima". E é daí que vem o nome de "cronies", sigla inglesa resultante do nome do programa Calorie Restriction with Optimal Nutrition.

Pertenço ao grupo dos "cronies" (desde que tive um melanoma há 30 anos) que estão a ser seguidos por cientistas especializados em biologia, gerontologia e neurociência cognitiva e que estudam os efeitos da restrição calórica e da otimização nutritiva no envelhecimento celular.
 
Os "cronies" com mais de 60 anos de idade, por exemplo, além de baixos níveis de colesterol e triglicerídeos podem ter uma média de pressão arterial próxima dos 100/60 (semelhante à de uma criança) e níveis baixos de glicemia (açúcar no sangue).

Por outro lado, apresentam artérias mais flexíveis e o músculo do coração apresenta-se saudável (sendo também não muito diferente dos jovens adultos).

Têm outras particularidades que resultam de uma dieta que é hipocalórica (controlada) pelo que são frequentemente vegetarianos e seguem um regime flexível em que comem com prazer, não passam fome nem ficam anoréticos pondo em risco a sua saúde. Antes pelo contrário.

O objectivo de seguir este regime (sempre que posso sou eu mesmo quem cozinho as minhas refeições) é a saúde integral e o retardamento do envelhecimento, podendo levar a uma vida mais longa e sem doenças crónicas.

Os estudos até hoje realizados mostram, efetivamente, que uma dieta ótima tem um limite de calorias que é cerca de 20 a 30% inferior ao das pessoas que comem "de tudo" (incluindo muita carne e gorduras nocivas).

Convém fazer algumas análises regularmente para verificar se os níveis de vitalidade estão dentro dos padrões desejados. Nem todas as pessoas são iguais pelo que temos de fazer, inicialmente, alguns ajustes.

Esta dieta não tem riscos mas há pessoas que exageram e quase deixam de comer. Isso então é um problema pois o objetivo não é esse. Os anoréticos não fazem parte dos "cronies".

Significa isto uma garantia total para uma vida isenta de doenças e com longevidade assegurada? Não. Mas nós, os "cronies", estamos revelando resultados muito encorajadores e um envelhecimento ótimo (com raras exceções devido a outros fatores muito pessoais não controláveis, geralmente genéticos).

ALGUNS DOS CIENTISTAS ENVOLVIDOS

Don Ingram, Ph.D, CALERIE Study, Pennington Biomedical Research Center;
Roz Anderson, Ph.D, Department of Medicine, U of Wisconsin;
Joseph Dhahbi, MD, Ph.D, Biochemistry, Spindler Lab, U. of California, Riverside;
Eric Ravussin, Ph.D, CALERIE Study, Pennington Biomedical Research Center;
Andrzej Bartke, PhD, Director of Geriatric Medicine and Professor of Physiology and Medicine, Department of Internal Medicine, Southern Illinois University School of Medicine;
Jennifer Fenton, MS, PhD, MPH Assistant Professor, Dept of Food Science and Human Nutrition, Michigan State University;
Luigi Fontana, MD, PhD Research Assistant Professor in Medicine, Geriatrics and Nutritional Science. Washington University in Saint Louis School of Medicine;
John O. Holloszy, MD Professor of Medicine; Director, Section of Applied Physiology, Geriatrics and Nutritional Science. Washington University in Saint Louis School of Medicine;
Pankaj Kapahi, PhD Associate Professor, Buck Institute for Research on Aging;
Thomas Seyfried, PhD Professor of Biology Boston College, specialist in alternative methods of cancer prevention and treatment;
David Sinclair, PhD Professor, Department of Genetics, Biological and Biomedical Sciences, Harvard Medical School;
Stephen Spindler, PhD Professor of Biochemistry & Biochemist, College of Natural and Agricultural Sciences, Department of Biochemistry, University of California at Riverside;
Eric Verdin, MD Associate Director and Senior Investigator, Gladstone Institutes; Professor, University of California at San Francisco.
George Roth, Ph.D, GeroScience, Inc.;

Nelson S Lima

TER OU NÃO TER SORTE NA SAÚDE

Para muitas pessoas, o fator sorte tem um grande peso na saúde. Ou seja, para elas esta depende muito de circunstâncias que escapam ao seu controlo. E daí a sua influência por vezes dramática nos diferentes domínios da vida.

Acontecimentos casuais, aleatórios, acasos impensáveis e outros elementos que, se revelados, se mostrariam absurdos e inacessíveis à compreensão, fazem parte da nossa vida. Todos os dias somos surpreendidos por ocorrências imprevisíveis, geralmente de pouca importância e às quais nem prestamos atenção. Mas a nossa vida também está cheia de surpresas, nem sempre boas.

E, assim sendo, desde sempre o ser humano considerou a sorte um fator muito importante, pelo que foi criando ao longo de milénios diferentes estratégias para o alcançarem. Os antigos gregos, por exemplo, confiavam as suas vidas a Moros, o seu deus da sorte e do destino.

Mesmo agora no imaginário popular, a sorte é algo indeterminado que depende de forças estranhas e ocultas pelo que as pessoas depositam a sua confiança na intervenção de energias superiores, nomeadamente entidades divinas ou, mais vulgarmente, em pessoas que se anunciam dotadas de poderes mágicos para manipularem a sorte (e o destino) dos seus clientes.

No que toca à saúde, a sorte também aparece como um fator decisivo. As pessoas esperam que, com alguma sorte, se mantenham saudáveis. É por isso que, muitas vezes, certos sinais de alerta do organismo são ignorados ou desvalorizados porque se espera que a sorte cumpra a sua função e o problema, se resolva.

ABUSAR DA SORTE
O assunto agrava-se quando, confiando na sorte, as pessoas desafiam as leis da vida e arriscam para além dos limites daquilo que chamamos “bom senso” (a que não é estranha a “prudência”). Nessas alturas, elas abrem as portas ao perigo, confrontando o destino e comportando-se como jogadores.

Muitas vezes, não se trata de audácia (“a sorte protege os audazes” – dizem) mas de pura negligência. E aí, sim, a saúde e a própria vida, podem ficar excessivamente nas mãos da sorte e do acaso.

De facto, o comportamento negligente, muito visto em pessoas que geralmente se consideram com sorte, é um dos principais causadores de acidentes, doenças e outros infortúnios.

Como diz o povo, “abusar da sorte” não é uma boa forma de se estar na vida. Aliás, pode ser uma aventura perigosa desafiar o desconhecido, isto é, aquilo que resulta como consequência de atitudes, decisões, escolhas e condutas impensadas e estúpidas.

Concluo dizendo que, na saúde, não devemos confiar apenas na sorte para ela nos proteger dos problemas ou ajudar a resolvê-los. É necessário que estejamos preparados para nos envolvermos no governo do nosso bem-estar, atuando preventivamente e ajudando também o organismo a recuperar dos problemas quando eles ousam dominar-nos.

A sorte, da mesma forma que a esperança, não são dons com que nascemos. São fatores que podem jogar a nosso favor se não deixarmos tudo nas mãos do acaso. Essa mudança de atitude pode, em muitas circunstâncias, salvar-nos a vida.

Nelson S Lima
Colaborador da STOP CANCER PORTUGAL

CONTRASTES

Nunca a sociedade humana viveu tempos tão interessantes como actualmente! Há cada vez mais pessoas na Terra, as cidades fervilham de vida, a tecnologia nos oferece cada vez mais conforto e qualidade de vida e o conhecimento nunca foi tão avançado! Esta é uma visão positiva da vida.

Mas também podemos ter uma visão diferente sobre as mesmas coisas. As cidades crescem mas estão cada vez mais inseguras e com muitas bolsas de pobreza em muitas regiões do mundo e a tecnologia também trouxe problemas: poluição, desemprego, stress, armas muito perigosas, etc. Esta é uma visão mais negativa pois incide apenas sobre os efeitos secundários do progresso.

Seja como for, devemos ter uma visão realista de vida e ao mesmo tempo positiva, oferecendo o nosso próprio contributo para que o mundo melhore. E esse contributo pessoal pode ser imenso. Veja: nós podemos melhorar a nossa cultura, pensar mais nos outros, ser mais solidários e humildes, cultivar a inteligência, educar bem as nossas crianças, cuidar dos indefesos, ajudar a manter nossas cidades limpas...Tantas coisas e tão boas nós podemos fazer!

O nosso espaço de manobra e de intervenção é ainda muito amplo. Não nos deixemos sufocar por nossos medos ou pelas inibições. Aprendamos a cultivar uma mentalidade aberta, a ter uma visão alargada da vida e do mundo.

Devemos entender que não somos apenas cidadãos de uma pequena ou de uma grande cidade. Isso não importa, porque, acima de tudo, somos cidadãos do mundo, habitantes deste maravilhoso planeta azul e brilhante onde não faltam oportunidades para fazermos uso dos nossos recursos fundamentais: a capacidade de amar, a capacidade de pensar, a capacidade de aprender e a capacidade de julgar!
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Competitivo, incerto, rápido, indeterminado, complexo, eis o nosso mundo. Colocar a cabeça na areia e ignorar que as transformações sociais, tecnológicas, económicas e outras interferem na nossa vida é má política e pode ser suicida. Por isso recordo aqui alguns conselhos de Augusto Cury que recolhi na sua teoria da Psicologia Multifocal. Dediquemos o nosso aperfeiçoamento pessoal a...

1º Desenvolver a Arte da Pergunta (sermos curiosos na procura de mais saberes).
2º Desenvolver a Arte da Dúvida (para que nos interroguemos sobre nós próprios e os outros antes de tomarmos decisões).
3º Desenvolver a Arte da Crítica (fundamental para decisões inteligentes).
4º Analisar as diversas variáveis que estão em jogo para atingirmos os nossos objectivos (procurando prever os obstáculos, o impensável e o inesperado mas não impossível).
5º Valorizar as relações sociais e procurarmos ser agentes sociais.
6º Aprender a expor as nossas ideias (o mundo hoje ferve de ideias e inovações).
7º Ter uma visão multifocal da espécie humana.
8º Expandir o mundo das ideias através do uso das artes da inteligência (a arte da pergunta, dúvida, crítica, observação, análise).
9º Aprender a colocar-nos como "eternos" aprendizes.
10º Procurar sermos engenheiros de ideias actuando com consciência crítica.
Muito do nosso futuro é previsível, mas pode surpreender-nos! Devemos então estar preparados!

Nelson S Lima 

O FUTURO É ABERTO

NÃO GOSTO DA PALAVRA IDOSO
E muito menos de "velho"....

Uma notícia oriunda de Inglaterra e que envolveu um estudo com 1.000 homens, os cientistas chegaram à conclusão que os homens apenas atingem a maturidade cerca dos 50 anos de idade!!! Segundo o estudo, os homens precisam, atualmente, de mais tempo para amadurecer do que as gerações anteriores, muito por causa da pressão financeira e da paternidade tardia. Dois terços dos bebés nascem depois de os pais completarem 30 anos. No meu caso, os meus filhos mais novos nasceram quando eu tinha 47 anos.

"Vivemos muito mais tempo e com os custos de vida a aumentar e a paternidade a ser adiada, os homens levam, inevitavelmente, mais tempo para se sentirem resolvidos", explicou Asim Shahmalak, da Crown Clinic, promotora do estudo.

Não tenho ainda muitos elementos que me permitam analisar o estudo e ficará para para uma próxima oportunidade. Mas retive uma informação preocupante: o jornal britânico Telepraph revelou que 80% das mulheres acreditam que homens nunca deixarão de ser infantis. Entre as formas de ser “criança”, elas consideram atos como achar graça a coisas patéticas e não conseguir cozinhar uma refeição simples (entre outras tarefas).

Ora, aprecio a palavra "sénior" que, aliás, se aplica a certas profissões. Por exemplo, um "gestor" ou "executivo" sénior é um "senhor", geralmente respeitável e ocupando posições de destaque e de grande responsabilidade tanto nas empresas como na governação. Mas não preciso ir tão longe. Um sénior pode ser altamente produtivo em qualquer área em que se sinta útil.

Na Inglaterra, por exemplo, salvo raras exceções, não há preconceitos contra os idosos. Todos os dias recebo no meu email ofertas de emprego para "executivo sénior" (isto porque em 2009 inscrevi-me, por mera curiosidade, em 3 ou 4 agências de emprego inglesas). E dá para ver que não falta a procura de "séniores" para os mais diferentes cargos (ver o jornal "The Guardian" aqui: http://jobs.theguardian.com/jobs/senior-executive/).

Ora ser-se "velho" pode acontecer em qualquer idade (através da psicologia, da biologia, etc., pode entender-se isso muito bem). Ser-se "idoso" também. Como diz o Doutor M. Oz "velho é uma ideia que se instala na cabeça das pessoas, por vezes bem antes do tempo em que se poderá sentir o peso da idade".

Essa de um idoso ser um "velhinho" (ou a caminho de o ser) é de uma grande hipocrisia. Os mais "novos" tendem a tratar os idosos como se fossem uns pré-inválidos e pré-senis (é certo que alguns idosos têm mesmo problemas que a idade arrasta consigo mas em 80% dos casos a culpa é da vida que levaram e não do desgaste natural do corpo).

Como há tantos tratamentos sociais diferenciados, eu geralmente prefiro, há muitos anos, usar a palavra sénior. É mais honesta e não tem preconceitos incluídos.

Se uma pessoa meter na cabeça que é velho - bem - fica mesmo velho em pouco tempo. A forma como nos vemos (e que também é influenciada pela sociedade) tem nisto um enorme peso. Chame velho a um sénior menos resistente a este tipo de ataques e ele envelhecerá rapidamente.

O sénior é a pessoa que já chegou ou está próximo da sabedoria que a vivência de muitos anos lhe ofereceu. E isso pode ser (deve ser) uma mais valia para a sociedade. Por isso tantos continuam a trabalhar, criam negócios, assumem novas responsabilidades, etc. É claro que há aqui questões culturais, educacionais e sociais.

Daqui por uns 20 anos haverá uma enormíssima percentagem de pessoas com mais de 70 anos de idade nos países mais desenvolvidos. É que, nessa altura, a esperança de vida estará bem perto dos 100 /120 anos. Ou seja, uma pessoa com 70 anos estará praticamente a meio da vida. Estará na "idade madura". E o que vamos fazer com eles? Reformá-los e pô-los em "lares de idosos"? 

Nelson S Lima 


Sir Richard Branson (63 anos) é um famoso empresário britânico, nascido na Inglaterra, o fundador do grupo Virgin. Os seus investimentos vão da música à aviação, vestuário, biocombustíveis e até viagens aeroespaciais. Tem uma formação básica mas é um empreendedor nato e muito irreverente. Símbolo da Arte do Inconformismo e de uma Inglaterra em renovação!

INTELIGÊNCIA CIENTÍFICA E IMORTALIDADE

No filme "Transcendence - a nova inteligência" um cientista, tendo sido assassinado, consegue manter viva e expandir a sua mente através de um artifício que muitos cientistas não dizem ser de todo impossível de vir a acontecer no futuro.

Antes de morrer, devido aos ferimentos de um atentado contra si, os colegas (neurocientistas) ligam o seu cérebro a um potente computador e retiram toda a informação guardada na sua memória, não apenas conhecimentos mas também tudo a respeito do seu passado, da sua vida e de si mesmo (a sua autoconsciência). E, assim, embora o corpo tivesse morrido, a mente manteve-se viva no mundo da realidade virtual.

Embora esta seja mais uma história de ficção científica, um pouco semelhante a outras do género, uma nova geração de neurocientistas, matemáticos, engenheiros, biólogos e físicos que têm vindo a dedicar-se à chamada inteligência artificial e ao estudo e desenvolvimento das novas tecnologias da computação acredita que, mais cedo ou mais tarde, tal artifício - guardar os nossos dados e atividades mentais num sistema informático de alta capacidade - será uma realidade, tornando-nos, de certa forma, imortais. Se isso acontecer estaremos diante de uma nova e derradeira fase da humanidade.

A verdade é que as nossas palavras e imagens pessoais já estão espalhadas pelo mundo através da internet. Estão guardadas no que se designou chamar "a núvem" ("núvem de informação" onde eu e você estamos) e que nos liga a todos através de sistemas que já fazem parte do nosso quotidiano como a internet (através da qual estamos agora aqui no "facebook" e não só).

Imagine você, antes de seu corpo falecer, decidir manter sua mente viva dentro de um computador. Mais: imagine que sua mente - que é você, com todas suas capacidades de memória, pensamento, inteligência e conhecimentos - aproveita a computação para continuar a viver e a desenvolver-se, interagindo com a família, os amigos e até trabalhando em algum tipo de teletrabalho. Você se torna numa espécie de "software" potentíssimo, vivendo num mundo artificial feito de silício (componente usado no fabrico de computadores e outros aparelhos eletrónicos).

Do filme: TRANSCENDENCE - A NOVA INTELIGÊNCIA
No filme "Transcendence" o protagonista aparece nos monitores usando a figura animada do seu rosto como se estivesse usando o "Skype" e fala com quem está à sua frente (veja foto). A coisa torna-se complicada quando a mente dele adquire um poder extraordinário. Ele "viaja" por todo o mundo digital usando as redes da internet.

Segundo os cientistas, isto pode acontecer em pouco menos de 50 a 100 anos se não se estabelecerem regras que impeçam a inteligência científica de ir além do que a ética e a moral considerem aceitável para proteção da própria humanidade.

Imagine podermos continuar vivos transferindo a nossa mente para dentro de computadores especiais. Andaríamos por aqui, eternamente (ou temporariamente), num mundo real mas de outra natureza, aquela a que chamamos "virtual" mas que terá, qualquer dia, uma outra designação.

Verdade seja dita. Já estivemos mais longe desta ficção. A mente é energia e informação fornecidas pelo cérebro/corpo. É por isso que, atualmente, já é possível escrever num computador apenas usando o pensamento. Mais: também se consegue fazer mover um corpo artificial introduzindo uma pessoa tetraplégica dentro de uma espécie de "armadura" permitindo que ela se erga e se movimente de pé.

É por isso que o neurocientista Miguel Nicolelis, que escreveu um livro sobre as suas experiências nesta área, escolheu para título esta espécie de aviso: "Muito Além do Nosso Eu". É isso mesmo, o título diz tudo.
Com tais possibilidades em aberto estamos pois no limiar de um novo mundo com espantosas e inacreditáveis possibilidades.

Mesmo receando falar-se em "imortalidade" é de tal matéria que se trata. Só que esta será uma imortalidade diferente de qualquer outra até aqui imaginada. É uma imortalidade mental e espiritual efetiva, visível, pois usaremos um imenso cérebro artificial para continuarmos vivos e participando na vida (lembremo-nos que a medicina apenas garante que uma pessoa está morta quando o seu cérebro deixa de trabalhar). Como será depois se o que está no cérebro biológico passar para um cérebro tecnológico? E, mais arrojado ainda, e se se conseguir criar cérebros biológicos a partir de moderna tecnologia dando nova vida a um cérebro doente ou envelhecido?

Os mais céticos que se recordem que a maioria dos objetos eletrónicos atuais (como os computadores que participam nos comandos dos grandes aviões e "dão vida" a muitos outros aparelhos, incluindo próteses) seriam considerados pura e louca ficção científica há apenas algumas décadas. Hoje, essa tecnologia está entre nós e já não prescindimos dela. Mais: ela continua a evoluir e rapidamente.

Veja só: em 2011, cientistas da Universidade Wake Forest e da Universidade do Sul da Califórnia conseguiram captar e gravar uma memória de um rato e guardá-la digitalmente num computador. Uma data histórica das neurociências!

DESENVOLVER HABILIDADES ALTERAM O CÉREBRO

COMO O CÉREBRO CRIA MODELOS MENTAIS DE APRENDIZAGEM

Adquirir novas habilidades faz parte do nosso percurso como seres vivos desde o nascimento. Algumas são inatas mas a maioria são adquiridas através de aprendizagem e de uma prática bem sucedida (ou seja, uma prática constante que aumente a qualidade do desempenho através do treino).

Um exemplo muito simples: aprender a conduzir um veículo. Quem já o sabe fazer (com mais ou menos competência) recorda-se bem como foi todo o processo de aprendizagem e habituação. Lembra-se também que, à medida que se foi tornando mais habilidoso, mais o seu desempenho se tornou automático. Ou seja, o cérebro foi registando numa memória chamada "procedimental" ou "processual" (e de longo prazo) todos os gestos e reações que o ato de conduzir passou a exigir libertando-se para outras tarefas como estar atento ao tráfego.

Isto significa uma mudança profunda em diversas estruturas e regiões do cérebro que constrói "modelos mentais" relacionados com a atividade de conduzir. O mesmo se passa com tudo o resto que aprendemos na vida, mesmo o conhecimento meramente teórico que fica como que "armazenado" num outro tipo de memória (a chamada "memória semântica", uma espécie de arquivo virtual imenso que se vai expandindo sempre que acrescentamos novos assuntos).

As vantagens destes "modelos mentais relacionados com a atividade (MMRA)" são inúmeras. Destaco apenas estas:

- um modelo mental MMRA permite-nos adquirir uma memória extraordinária relacionada com a matéria aprendida e treinada;
- facilita a aquisição de novos conhecimentos e habilidades relacionadas com a matéria (por exemplo, um automobilista pode aprender mais facilmente a conduzir um outro tipo de veículo em menor tempo e com menor esforço);
- um modelo mental ajuda-nos a filtrar informação, separando aquela que é relevante da que é irrelevante (vantagem: liberta recursos mentais para nos aplicarmos naquilo que realmente interessa na função, no caso em estudo: conduzir);
- ajuda-nos a fazer previsões, a antecipar medidas e a planificar rapidamente o que pode ser necessário realizar (por exemplo: antever atempadamente um potencial risco de acidente);
- estes modelos mentais ajudam no reforço do autoconhecimento;
- um modelo mental MMRA, seja ele qual for, nunca está terminado enquanto mantivermos a atividade.

DICA: mesmo como passatempo adquira novas habilidades (pintar, desenhar, escrever, fotografar, jardinar, etc.) e não se contente com os mínimos. Tente sempre saber mais e melhor. É assim que os talentosos atuam para chegar ao elevado desempenho. E é assim que alteram o cérebro.....para melhor!

Não, estes dois automóveis não estão a despistar-se; estão a praticar uma modalidade chamada "drifting", muito famosa no Japão, Inglaterra e Estados Unidos, em que os pilotos têm que adquirir uma alta habilidade em corridas em que as curvas são feitas em "derrapagem controlada", por vezes em grupos de 2 carros como na fotografia. Há momentos em que estas corridas se assemelham a autênticos bailados entre viaturas. O cérebro destes pilotos está mais desenvolvido do que os condutores de outras modalidades automobilísticas menos exigentes.

SER INTELIGENTE




Na última década, a nossa atenção tem-se focalizado bastante na importância das emoções na nossa vida. Aprendemos a reconhecer que existem emoções primitivas e instintivas como o medo e a ira e emoções sociais como a vergonha ou o desprezo. Percebemos também que as emoções podem ser simples ou, então, combinadas, o que nos oferece um cardápio extraordinariamente variado que vivemos conforme as diferentes situações da vida. Soubémos também que as emoções geram-se a partir do corpo e exprimem-se também no corpo. Elas são, de facto, muito físicas e reactivas, mais do que os sentimentos que são mais psíquicos e duradouros, como o amor. E também descobrimos que as emoções interferem na nossa percepção sobre a vida.

Foi o filósofo existencialista Sartre quem, em meados do século XX, disse que as emoções mudam a qualidade com que vivemos e transformam o nosso olhar sobre a existência. Se estivermos tristes veremos o mundo sob um manto mais cinzento do que se estivermos alegres. São, pois, cruciais para a experiência do viver, em especial nas relações com os outros. Por isso, ensinaram-nos a desenvolver a inteligência emocional para nos conhecermos melhor e adoptarmos atitudes e comportamentos que nos garantam mais sucesso na interacção com os outros

Ultimamente tenho reflectido sobre uma outra importante capacidade que é decisiva na nossa relação com o mundo e que influencia a gestação das emoções e dos sentimentos. É a percepção.

Há muito estudada, a percepção permite-nos, através dos sentidos, captar e depois interpretar o mundo. Mas o processo é mais complexo pois é através da percepção que nós também tomamos decisões e fazemos escolhas, incluindo estilos de vida. A percepção leva-nos, através da aprendizagem, a estabelecer visões do mundo próprias de cada cultura, de cada comunidade e de cada família. 

Por exemplo, na cultura japonesa mais tradicional, o amor traduz um sentimento ligeiramente diferente do que sentimos no Ocidente. Ele é interpretado como um sentimento que pertence a duas pessoas; na verdade, a verdadeira união em que o amor de um é o amor do outro (o meu amor por ti é também o teu amor por mim). No Japão tradicional, não há o amor de um só sentido como nas culturas ocidentais em que pode não haver reciprocidade (eu sinto amor por ti e, espero, tu sentes amor por mim).

Vem tudo isto a propósito da cultura em que estamos mergulhados e que nos adaptou às suas regras, crenças, dogmas, conceitos, etc. Ficamos, de facto, prisioneiros da cultura que recebemos, incluindo a educação. Isto é especialmente marcante nos primeiros seis anos de vida em que somos como esponjas que absorvem tudo, de bom e de menos bom, e que vai constituir a nossa personalidade e marcar os nossos comportamentos.

Já adultos, mesmo na idade da sabedoria, continuamos de certa forma presos a convenções, ideias e convicções que adoptámos durante a vida, muitas vezes sem um mínimo de espíríto crítico que nos ajudasse a ser mais afirmativos e independentes. Muitos nos nossos actos foram aprendidos inconscientemente e reagimos da mesma forma: automaticamente.

Há nisto um certo tipo de prisão e de obediência, mesmo julgando-nos livres para afirmar que tudo não passa de escolhas pensadas. Sim, pensadas, mas resultantes de respostas que ficaram para sempre condicionadas por aquilo que nos ensinaram. Lembremo-nos que, durante milhões de anos, as pessoas pensavam que o Sol andava a volta da Terra, todos os dias. Isso influenciava a forma como elas viviam.

Ainda há muitas percepções erradas como esta e que condicionam a nossa vida. Se quizermos continuar a evoluir, teremos de ser mais críticos.

AS BOAS IDEIAS E O FUTURO DA HUMANIDADE

As ideias costumam nascer e evoluir dando origem, muitas vezes, a coisas extraordinárias. Numa primeira fase parecem disparatadas e sem qualquer utilidade. Numa segunda fase, mais evoluída, adquirem algum tipo de forma que faz nascer apoiantes e descrentes.

Parece que apenas 15% das pessoas apoiam as ideias arrojadas. As restantes 85% dividem-se: umas são completamente indiferentes às novas ideias, outras combatem-nas (pelas mais diversas razões) e outras ficam confortavelmente na expectativa mas com muita descrença à mistura. Vencem, afinal, as ideias que são impulsionadas pela paixão dos seus criadores e apoiantes!

Muitas boas ideias que poderiam mudar o mundo morreram porque os seus criadores sentiram-se isolados, incompreendidos ou desmoralizados. Felizmente, muitas outras escaparam a esse destino e a elas devemos o mundo de hoje onde parece que tudo já foi inventado.

Felizmente, apenas avançamos umas etapas e há ainda muita coisa por criar. Aliás, eu penso que o espírito humano, naturalmente inventivo, não tem limites. Pode-se sempre melhorar alguma coisa (e não apenas máquinas!).

Por exemplo, falta inventar....
- uma sociedade humana mais solidária, fraterna e pacífica;
- uma educação mais integral e ajustada às novas necessidades do mundo;
- outras formas de vivermos mais otimistas, motivados e empenhados;
- uma forma de governar mais inteligente, íntegra e criativa.....

Enfim, há tantos espaços onde podemos aplicar a nossa criatividade que podemos dizer, sem medo de errar, que a reinvenção do mundo é também uma possibilidade em aberto! Sim, por que não reinventamos o mundo?

A cada de nós cabe o papel de manter a mente aberta a todas as possibilidades nunca rejeitando qualquer ideia (nossa ou de outros) que, no início, pelos seus contornos, pareça estranha e ousada.

Sempre que tiver ideias que possam ter alguma aplicação útil na melhoria da sua vida e da dos outros nunca desista perante o primeiro descrente nem face aos muitos obstáculos que a sociedade é pródiga em "inventar".

Se procura uma forma de sentir-se feliz ou mais feliz.....talvez seja ótimo começar por se reinventar!!!! Será um grande desafio? Talvez. Mas que bela e excitante forma de se aproveitar a vida!!!

Nelson S Lima

Informação para professores


Informação


POR QUE HÁ CADA VEZ MAIS DOENTES?

O problema maior da medicina é, em meu humilde entendimento, o de não dar a devida atenção ao doente e à capacidade de auto-cura do seu organismo.

Quando falo em "doente" quero com isso dizer tudo o que ele é: uma personalidade única (não há dois doentes iguais), com capacidades únicas, incluindo tudo o que se refere à sua saúde em particular.

Muitas pessoas têm mal-estares e doenças cuja resolução não passa pela imediata receita de algum complexo químico (como são todos os medicamentos) mas antes pela pesquisa do que pode estar a originar as suas queixas. O diagnóstico é a etapa mais decisiva no processo da cura.

Os médicos queixam-se que não têm tempo (para nos atender e entender) e culpam os sistemas de saúde (com a sua organização geralmente mal construída). Mas muitos deles também não sabem fazer um diagnóstico apesar de seguirem certos protocolos, infelizmente incompletos e que ignoram os doentes como pessoas (com sua psicologia, suas crenças, suas ideias, seus estilos de vida, sua visão do mundo e até seu entendimento do que significa a saúde).

A medicina é uma atividade multidisciplinar. A doença não é apenas "a doença". Ela "é" o doente, o seu portador. E o doente, se "quiser" ou até sem querer, pode sabotar completamente a atividade médica ao não ser honesto consigo mesmo e com o médico. É que os doentes também mentem e enganam (ou por medo, ou por qualquer outro motivo) deixando a medicina incapaz de o ajudar.

O EXCESSO DE MEDICAÇÃO
Mas não será tudo isso consequência de uma medicina que está mal estruturada, muito focalizada na cura e não tanto na prevenção e na auto-cura? Não será porque a medicina confia demasiado em medicamentos que têm, na generalidade, efeitos contrários aos desejados e que o paciente não sabe?

Muitos medicamentos são, eles próprios, os causadores de doenças, alergias, agravamentos (por vezes fatais) e incompatibilidades (até mesmo com a natureza psicossomática do doente) impedindo que o corpo se auto-regenere. Muitos medicamentos fazem precisamente o contrário ao impedirem o sistema imunitário e a inteligência do organismo de agirem com todo o seu vigor. O nosso organismo, convém lembrar, é fruto de milhões de anos de evolução e em geral é de muito boa qualidade (pelo menos no momento de nascer). Mas damos-lhe muitos maus tratos (nós, a medicina, a educação, a sociedade em geral).

A nossa saúde parece então estar cada vez mais dependente da medicina e não tanto do nosso estilo de vida, de nossa psique, de nossa alimentação, de nossa forma de estar na vida.

Continua a ser estranho para mim que haja tantas pessoas doentes, sobretudo neste mundo dito civilizado onde a qualidade de vida e as condições de higiene melhoraram consideravelmente.

Penso que a medicina (e nós próprios relativamente à nossa saúde) necessita de uma mudança qualquer que a torne mais eficiente e com menos custos para todos. Tal e qual como na educação.

Infelizmente, nestas coisas, que são fundamentais, somos excessivamente lentos a mudar. O pensamento conservador ainda predomina.

Quando é que ousamos mudar de comportamento? Porque temos nós tanto medo (por vezes, inconsciente) de mudar o que inevitavelmente tem de ser mudado?